Você sabe o que e quais são os mitos dos concursos?
Já se preocupou em entender como suas crenças e os mitos que você carrega podem interferir no seu dia a dia, na sua vida pessoal e profissional?
Entende como isso pode atrapalhar seu caminho para a aprovação em um concursos?
Você sabe que esses mitos podem acabar com suas chances de se tornar um sucesso nos concursos e alcançar rapidamente a sua tão sonhada vaga?
Para responder essas perguntas eu vou encher sua cabeça com mais algumas outras. Responda com muita sinceridade tudo o que irei perguntar agora.
Coloque sua resposta ou ideia nos comentários aqui embaixo e comece a enxergar os seus próprios preconceitos sobre concursos e serviço público.

Preconceitos e concursos, mistura complicada
E para começar, vale trazer uma breve explicação do que são preconceitos. Essa palavrinha tão criticada é feita apenas para nos lembrar que temos a mania de julgar um livro pela capa. Ou talvez um filme pelo trailler ou mesmo o ator que participa.
Preconceito significa uma ideia ou conceito que temos sobre algo antes de conhecermos. Em alguns casos não temos qualquer informação a respeito, mas já damos uma opinião.
Por isso, na hora das respostas deixe as perguntas percorrerem seu coração e alma e responda sem pensar muito a respeito. Pode ter certeza que tudo será mais sincero assim:
- Você acha correto ganhar dinheiro sem fazer nada?
- Ou acredita que servidores públicos são folgados e não têm dedicação ao trabalho?
- Considera-se uma pessoa competente e talentosa?
- Você gostaria de ver todo o seu talento e competência sendo desperdiçado em um lugar onde ninguém irá reconhecê-los?
- Acha que é impossível passar em concursos sem um padrinho?
- Quer mesmo ser uma pessoa como dizem que são os servidores públicos?
A hora da verdade
Pois eu serei muito sincera com você: quando me fiz essas perguntas confesso que me assustei. No fundo percebi que minhas respostas não me ajudavam na aprovação.
Isso porque eu vi que estava construindo para mim um caminho que iria contra tudo o que eu acreditava.
Por achar que servidores não trabalhavam eu estava querendo passar em uma prova para ser algo que, no fundo, eu desprezava. Acabei descobrindo que exatamente por isso eu fugia das provas e dava um jeito de me sabotar.
Ninguém quer ser aquilo que não acredita! Estudar um monte, perder horas de descanso e lazer, abrir mão de estar com a família… e tudo isso para ser o que acreditamos ser errado e que não vemos com bons olhos?
Definitivamente essa é a maior falta de incentivo que você pode ter. E é exatamente por isso que precisamos entender como funciona de verdade os serviço público.
Para isso é importante conversar com servidores, buscar mais informações. Assim você vai começar a deixar os mitos de lado. E passará a se concentrar nas verdades para alcançar seus resultados.

O que é um mito?
Essa é uma das perguntas que vai definir sua visão sobre o mundo do serviço público de agora em diante.
E para isso é importante entender o que é um mito.
Se pensarmos que o Wesley Safadão mitou nos últimos tempos podemos aprender a ver o lado bom dos mitos e isso pode nos ajudar. Mas esse é o ponto crucial de toda essa discussão.
O fato é que os mitos não são reais, são narrativas, histórias montadas com base em fatos e pessoas reais e que servem para explicar situações e/ou a origem de algo.
Por isso, podemos dizer sim que Wesley Safadão criou o mito de que é possível uma pessoa dominar o mundo, como ele tem feito. Mas isso é uma fantasia para explicar na verdade um fenômeno de marketing.
Ao entender isso, você com certeza vai entender porque é tão importante quebrarmos mitos para seguir em frente. Acreditar em histórias que apesar de trazerem verdades são na realidade fantasias é um caminho bem curtinho para fracassar.
Tenho certeza que estudar vai ficar mais interessante depois que você conhecer algumas verdades sobre concursos. Preparado para um mundo novo? Então siga comigo!
A verdade sobre concursos e serviço público
Você acredita que quem faz concursos não não quer saber da vida dura? Então vamos aos fatos.
A grande maioria das pessoas, mais de 60%, prestam concursos para uma jornada de 40 horas semanais. Isso é quase 10 horas a mais que a jornada máxima de trabalho da Suécia, por exemplo. E também é maior que média de 38 horas nos EUA.
Para completar, os candidatos muitas vezes enfrentam uma dupla jornada com o trabalho e ainda as horas dedicadas ao estudo somando mais de 52 horas por semana.
Só isso já seria motivo suficiente para desqualificar o mito. Mas vamos além!
Atualmente temos uma mudança significativa no setor público. A chegada de grandes nomes do mercado está trazendo uma rápida e intensa profissionalização.
Com isso o serviço público tem investido em remuneração variável, avaliação de desempenho e até oaumento da tão falada gestão por competências. Quem entra no serviço público hoje quer se destacar, quer conquistar seu espaço e não mais depender apenas do chefe.
E o mito das cartas marcadas em concursos
Mas até entrar no serviço público temos que lidar ainda com um outro mito: o das cartas marcadas.
Você vai ouvir várias vezes que se não tiver um padrinho não irá passar em um bom concurso. Bem, eu sou uma prova do contrário disso e lhe garanto que conheço uma infinidade de colegas e pessoas de outros órgãos que podem lhe provar o contrário.
A verdade é que da mesma forma que a iniciativa privada incentiva os filhos de quem está no topo a seguir o mesmo caminho, o serviço público também incentiva filhos e parentes de servidores a seguirem o mesmo caminho.
Eu mesma sou filha e neta de servidores. E é bem natural que eu siga um caminho semelhante ao que deu certo pra eles. Portanto, jogue esse mito na lixeira e siga adiante no seu projeto.
Qualquer pessoa pode passar no concurso que quiser desde que tenha as ferramentas necessárias para isso!
E você agora vai ter várias delas ou pelos menos vai descobrir como consegui-las, isso eu posso garantir! Agora o que eu nem de longe posso garantir é que você vai ter uma vida mansa depois que passar.
Confesso que o fato de ser servidora me faz ter uma certa revolta especial por esse mito espalhado por aí.
O mito do pouco trabalhos dos servidores
O fato do servidor público ter uma jornada de trabalho que normalmente tem hora de entrada e saída não significa que este servidor deixe de se dedicar ao seu trabalho.
Com isso quero dizer que não há essa mamata que se fala. E para evitar que muitos se encostem na tal estabilidade ainda há a lei que proíbe os servidores de serem preguiçosos. O termo legal é procrastinar.
E para provar que ela é real que tal conhecer um dado interessante: no âmbito do Executivo Federal, em 2015, foram mais de 500 servidores demitidos, segundo dados da Controladoria Geral da União – CGU.
As demissões vão desde envolvimento em crimes de corrupção e peculato até procrastinação.
E os mitos vão se quebrando
A falta de inovação também é outro ponto bastante criticado no serviço público. Mas o que é e para que serve a inovação? E porque é falsa a ideia que temos de que ela não está presente no serviço público?
A inovação é o conjunto de mecanismos que nos permite superar desafios semelhantes de modos diferentes e com menor custo e/ou aplicação de recursos.
Inovar portanto traz sempre melhoria e não podemos chamar de inovação aquilo que torna um caminho ou processo mais difícil ou complexo, pois esta pressupõe uma melhoria.
O setor público, até pela necessidade de qualificação, redução e melhoria na aplicação dos recursos é um dos espaços prioritários para fomentar e desenvolver mecanismos inovadores.
No entanto, a burocracia, apesar de necessária, é algo que tende a interferir nesse processo. E aqui a interferência não significa extinção das possibilidades.
Um exemplo de inovação
Inovar é construir um novo e melhor caminho. O sistema de imposto de renda é um claro exemplo de inovação.

Outro bom exemplo de inovação no serviço público está presente em programas de governo que alinham uso de novas ferramentas ao ganho de agilidade e melhoria de processos. Esses exemplos melhoram a qualidade e atuam na consequente desburocratização e redução de custos.
Premiações que revelam alguns resultados positivos têm reforçado, tanto nos espaços nacionais como nos internacionais, a face inovadora do setor público.
E inovar é um passo fundamental para garantir o crescimento profissional no serviço público. Sim, ao contrário do que dizem por aí é possível e até comum o crescimento no setor público.
Em alguns lugares o modelo de crescimento é bem semelhante ao mercado privado, normalmente em instituições que estão em segmentos essencialmente privados como bancos, empresas públicas etc.
Crescimento no setor público, uma verdade
Mas a verdade é que em todas as carreiras do setor público é possível crescer. E isso tanto pelo meio tradicional com crescimento pelo tempo e qualidade do serviço como pelo encarreiramento com promoções e conquistas de chefia.
Mas além desse crescimento de relação direta, existe ainda o crescimento do conhecimento e das atribuições.
O primeiro decorre do incentivo quase sempre frequente de melhoria salarial e de atribuições apenas pelo alcance de novos degraus acadêmicos e de capacitação. Isso possibilita aos servidores ter o interesse no desenvolvimento constante.
Já o segundo vem dos processos de inovação já destacados. Quando uma nova formatação de trabalho aparece, naturalmente chega também a necessidade de servidores atuando ali.
Um exemplo clássico tem ocorrido agora com o surgimento e ampliação do uso de redes sociais e mídias alternativas no serviço público. Essa inovação além de trazer uma melhoria nos processos, maior agilidade e redução dos custos tem possibilitado que servidores vivam de maneira intensa um bom crescimento profissional.
Crescimento de imagem também é desenvolvimento profissional
Também vale destacar o crescimento que acaba naturalmente acontecendo na imagem profissional dos servidores. Isso porque muitas vezes tornam-se referências em determinados temas.
Normalmente quem atua no serviço público tem envolvimento constante com temas bem específicos e com isso acabam tornando-se autoridades naqueles assuntos.
Um exemplo é o que vivenciei no Senado ao longo de alguns anos. Eu chefiei o programa de visitação do Congresso Nacional na área de comunicação. Um dos meus trabalhos constantes e diários era ensinar ao cidadão comum como é feita uma lei, qual o passo a passo, qual o papel de deputados e senadores no processo.
Em resumo, o meu dia a dia é explicar a qualquer um, com linguagem acessível, o que é e como funciona o processo legislativo. Com isso eu tenho facilidade para ensinar isso em palestras e eventos e posso facilmente me tornar uma referência no assunto.
Nesse contexto podemos dizer que boa parte dos funcionários da Petrobrás, por exemplo, são referências para a indústria e mercado petroleiro.
Por essas e outras quem atua no serviço público muitas vezes é disputado a peso de ouro no mercado. Um exemplo bem comum é o dos bancos privados que fazem tudo para ter nas suas áreas de habitação ex-funcionários da CAIXA.
Já o Banco do Brasil perde quadros para empresas de cartão que também são o destino de aposentados de bancos públicos. O conhecimento adquirido no serviço público é sim importante e referencial para o setor privado.
A demissão é cada vez mais real no serviço público
Aí vocês perguntam: mas porque alguém sai de um banco público onde é concursado para uma instituição privada onde pode ser demitido a qualquer momento?
Simples, meus caros, porque funcionários de empresas públicas são celetistas e portanto também podem ser demitidos.
E aqui mais dois grandes mitos do serviço público são facilmente quebrados: a crença de que o concurso garante a segurança eterna e o fato de que servidor não pode ser demitido.
Todo e qualquer servidor pode ser demitido. A Lei 8.112/90, art. 132, é clara ao determinar os motivos para a demissão do servidor dentre os quais cabe citar aqui (para reforçar a quebra dos mitos):
- abandono de cargo (não comparecer ao serviço por longo período de tempo);
- inassiduidade habitual (sabe quem vive cheio de desculpas para não trabalhar e/ou descumprir o horário, então);
- incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição (são os fazedores de escândalo no trabalho) e algumas outras.
Ou seja, são várias as possibilidades de demissão para servidores. Já para os que estão sob o regime da CLT as demissões podem ocorrer até sem justa causa.
Para isso basta essa previsão estar na normatização da empresa ou instituição pública.
Conclusão
Por essas e outras, é essencial que os servidores tenham não apenas conhecimento, o que é verificado inicialmente pelos concursos, mas também vontade de ir além e fazer cada vez mais e melhor pelo país.
Será isto que lhes será sempre cobrado. Essa será uma cobrança diária por eles mesmos, pelas chefias, pela sociedade e pela própria prova dos concursos.
Estas serão organizadas de modo a entender e avaliar se ele possui conhecimento e dedicação para chegar lá.
E agora que colocar um ponto final em alguns mitos do serviço público e continuar a sua jornada para chegar logo na tão sonhada aprovação.